Segue abaixo outro trecho de uma entrevista de Eduardo Souto de Moura, ganhador do prêmio Pritzke 2011, onde o arquiteto dá algumas dicas sobre sua forma de pensar a arquitetura.
Zabalbeascoa: Então, a escala transforma os arquitetos ?
Moura: Sim; e a idade também. Quando eu era mais jovem estava preocupado com o 'estilo', com a 'elegância'. Hoje, valorizo mais a 'naturalidade'. Para poderem resistir ao tempo, para que os edifícios permaneçam, é importante que as coisas sejam vivenciadas com naturalidade. Um pouco como acontece com os animais, que quando nadam muito perdem as patas, se transformando em nadadeiras. A Natureza responde sempre da maneira mais 'natural', com lógica. E acredito que, antes, eu fazia uma arquitetura muito preocupada em ser 'coerente' mas que, no entanto, respondia a um campo muito limitado da realidade. Hoje, fui perdendo o medo de fazer coisas 'feias'. Não se trata de querer fazer algo 'feio', por princípio. É que para fazer coisas 'bonitas' temos que perder o medo de fazê-las 'feias'.
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