O que Lúcio Costa efetivamente aprecia na arquitetura civil luso-brasileira é sua simplicidade e sua pureza.
Como vimos, desde sua fase neocolonial, ele vinha se empenhando em reencontrar essas qualidades tradicionais da arquitetura portuguesa, preservada integralmente nas colônias. Mesmo depois de ter-se convertido ao racionalismo de Le Corbusier, preserva essa preocupação; o caráter perfeitamente funcional e lógico dessa arte antiga prestava-se, aliás, a uma aproximação com o movimento moderno. Mas ele foi mais longe e logo se apercebeu de que, naquela arquitetura, havia uma experiência de três séculos, da qual se poderia extrair ensinamentos, ainda hoje válidos, desde que se tomasse o cuidado de não se ater aos aspectos já superados dessa arquitetura, voltando-se para aqueles processos utilizados que pudessem interessar à técnica contemporânea.
Trecho retirado do livro: Arquitetura Contemporânea na Brasil - Yves Bruand (páginas 123 e 124).